A SEXUALIDADE NOS IDOSOS

O processo de envelhecimento ainda tem associado crenças e ideais que discriminam a pessoa idosa, ou seja, a sociedade definiu padrões que estabelecem aquilo que se pode fazer, aquilo que se deve sentir, o que é correto e o que é errado. Assim, todos nós temos contribuído para a criação de estereótipos caracterizadores das diferentes fases do ciclo de vida.

Na velhice, um dos assuntos mais estereotipado é a sexualidade. Infelizmente, ainda são muitos os que consideram que as pessoas idosas não podem ser atraentes fisicamente e que não podem sentir desejo sexual. Mas se todos nós refletirmos sobre este tema, nas diferentes fases do ciclo de vida não podem existir fatores que comprometam o desempenho sexual? A saúde física, os preconceitos sociais, a autoestima, o conhecimento sobre a sexualidade e o estatuto conjugal, podem, muitas vezes, ser determinantes. Contudo, na velhice, estes determinantes têm um peso ainda maior, pois irão restringir as escolhas pessoais, principalmente no que diz respeito à vivência da sexualidade.

Este assunto é ainda tabu, muitas vezes vulgarizado pela sociedade, pelos próprios idosos e pelos profissionais de saúde. Em contexto institucional este tipo de comportamentos é muitas vezes repudiado, havendo casos em que o casal é separado, não compartilhando o mesmo quarto. Mesmo o namoro nesta fase da vida é frequentemente "castrado" pela não aceitação da família e da sociedade em geral.

A sexualidade está inexoravelmente associada a uma vida sexualmente ativa? Muitos estudos demonstram que o afeto, a paixão, o namoro, a cumplicidade, o companheirismo e o amor são elementos que atenuam a exigência do desempenho sexual. Assim, se a relação de ambos foi vivida com plenitude e satisfação na juventude, também deve ser encarada de igual forma na velhice.

Todos nós necessitamos de amar e ser amados. A idade não pode e não deve ser uma espécie de ditadura que censura aquilo que sentimos e desejamos. Cabe a cada um de nós liberalizar estes ideais erradicando este ciclo vicioso.

Autores: Gerontólogos Alexandre Fernandes e Catarina Silva

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