DOENÇA DE PARKINSON


A doença foi descrita por James Parkinson, em 1817 e denominada de Parkinson. Setenta anos depois foi redenominada de Doença de Parkinson (DP) (Golbe, Mark & Sage, 2014); (Brás, 2015).


- É uma doença neurodegenerativa e progressiva, em que ocorre perda de neurónios dopaminérgicos, da substância nigra e formação de corpos de Lewy (Brás, 2005).

- A menor produção de dopamina, por parte destas células, vai provocar uma diminuição da transmissão de sinais que coordenam a funcionalidade dos músculos corporais e do movimento (Brás, 2005).


Sinais e Sintomas

Tremor 

- Sinal inicial, mais comum e mais conhecido;

- Surge nas extremidades distais, sobretudo nas mãos, de forma unilateral e em repouso;

- Aumenta com a ansiedade e diminui quando a pessoa está a dormir;

- Com o avanço da doença, torna-se bilateral e afeta sobretudo cabeça, mandíbula, lábio, queixo e membros inferiores;

- Pill-Rolling.


Rigidez

- Aumento involuntário do tónus muscular;

- Os sinais cerebrais são enviados também aos músculos antagonistas, o que diminui a mobilidade da pessoa;

- Rigidez intermitente ou em "roda dentada".


Bradicinésia

- Lentificação na execução de um movimento;

- A vocalização verbal fica mais lenta;

- Caligrafia mais reduzida e ilegível (micrografia);

- Hipomímia facial - diminuição da expressão fácil (face estática);

- Atividades anteriormente realizadas com desenvoltura, passam a ser mais vagarosas.


Instabilidade Postural

- Pode resultar de outros sinais da doença como o tremor ou a rigidez;

- Marcha mais lenta e com passos mais curtos;

- Postura da coluna, geralmente curvada para a frente;

- Calcanhares a arrastar pelo chão;

- Grande dificuldade em virar a direção da marcha, sendo que o movimento é muito lento e param antes de virar.


Outros sintomas

•Astenia •Hiposmia ou anosmia •Sintomas depressivos •Hipofonia •Disartria •Sialorreia •Tendência de abertura da boca; •Dificuldades na deglutição; •Insónias •Anorexia •Perda de peso •Dores musculares e articulares •Sudorese excessiva •Alterações da memória •Seborreia •Tonturas •Disfunções da micção •Disfunção erétil e/ou da ejaculação •Diminuição da homeostasia da temperatura •Alterações na motilidade gástrica •Estados ansiosos 


Fatores de Risco

Fatores Protetores


Tratamento 

Uma vez tendo segurança no diagnóstico de DP, o passo seguinte é definir o impacto da doença sobre as atividades de vida diária do paciente (Cardoso, 1995). 
Os objetivos do tratamento são diferentes consoante a fase da doença em que o paciente se insere.


Tratamento Farmacológico


A Levodopa tem a capacidade de ser convertida em dopamina no cérebro e corrigir os défices existentes, no entanto ainda não está conhecida a forma como ocorre essa conversão no estriado, existindo diversas teorias (Ferraz, 1999).  

Tratamento Não-Farmacológico


O primeiro estudo realizado no âmbito cirúrgico, para diminuir os sintomas de um doente com DP, foi em 1987, pelo professor Alim-Louis Benabid, na Universidade de Grenoble, França (Soares, 2002).

- Terapia da Fala

Executar exercícios que melhoram o desempenho de estruturas envolvidas na produção de fala e na deglutição e quais as estratégias que permitem compensar o impacto de défices funcionais (APDPk, 2012).  

- Fisioterapia

Executar exercícios motores nos quais inclui treinar a marcha, treinos que ajudem o individuo na realização das atividades diárias, terapia de relaxamento e exercícios respiratórios, treino do equilíbrio, treino com exercícios de alta intensidade e terapia muscular ativa (Santos et al., 2010). 


Autores: Gerontólogos Alexandre Fernandes; Liliana Cruz e Rute Brás


Bibliografia para consulta:

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